sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O Triunfo da Hermenêutica Reformada




"porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.” (Atos 17:11b).
Este artigo não visa fazer uma apologia ao calvinismo em si. Mas, sim, enaltecer um dos princípios fundamentais da Reforma Protestante, o Sola Scriptura (Somente a Escritura). 
Há algum tempo atrás, li um livreto do padre Vicente Wrozz, intitulado: Respostas da Bíblia às acusações dos “crentes” contra a Igreja Católica. E dentre as questões abordadas, houve uma que me chamou bastante à atenção. A saber, a oitava questão de seu pequeno livro que questiona sobre a liberdade individual do cristão na interpretação da Bíblia. Liberdade essa, tanto proclamada por todos nós protestantes.
Eis sua resposta: “O triste resultado da livre interpretação da Bíblia é a divisão em milhares de seitas”. Teria ele razão? Será que o exame livre das Sagradas Escrituras tem como resultado a geração de seitas e heresias? 
Ao discorrer um pouco mais sobre sua pobre tese o padre faz questão de alegar que a Bíblia por si mesma não é autoridade suficiente para questões de fé e prática. Segundo ele, é necessário a Tradição Eclesiástica e o “Santo Magistério”. Argumenta ele ainda que a autoridade dos livros canônicos repousa sobre a infalibilidade papal que decretou no terceiro século a divina inspiração das Escrituras Sagradas (pg.37) em sua forma final e atual (nas suas contas possuindo 73 livros ao invés de 66). 
Ora, não duvidamos que no decorrer da história a tradição eclesiástica e o magistério sagrado tenham tido grande relevância quanto ao valor e significado da Bíblia. Porém, assim como nossos irmãos da Reforma, advogamos que ambos estão abaixo da autoridade da própria Bíblia e não ao contrário. Tese essa que o catolicismo rejeita veementemente até os nossos dias colocando sempre a Tradição acima da Palavra de Deus escrita. 
A Bíblia não é inspirada porque o papado ou qualquer concílio assim o determinou, mas, ela o é, segundo sua própria natureza e testemunho quando diz: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça (2 Tm 3:16)”. E também: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo (2 Pe 1:21)”. 
Particularmente, entendo que o cristianismo é uma religião confessional. É de suma importância à elaboração de credos e confissões a fim de preservar e propagar a sadia interpretação bíblica. Todavia, esse confessionalismo não visa engessar a interpretação pessoal de quem quer que seja, antes, dá evasão a qualquer cristão de verificar por si mesmo o que a Bíblia diz em suas questões fundamentais a luz da interpretação geral de todo o mundo cristão. E é exatamente aqui, onde triunfa a hermenêutica protestante. Pois, muito diferente do que alega o padre Wrozz e toda a ala “católica”, os quase 500 anos de Reforma Protestante¹, dão provas suficientes de que, embora em questões secundárias da fé cristã tenhamos algumas divergências, contudo, somos do mesmo parecer com relação aos pontos essenciais da doutrina neotestamentária que segundo o famoso teólogo John Stott é a verdadeira “sucessão apostólica”. 
Ou seja, o cristianismo reformado apenas prega que todo cristão é livre para examinar os escritos inspirados dos apóstolos no NT e dizer amém para eles, assim como fizeram os crentes de Beréia diante do próprio apóstolo Paulo. Interessante é que este mesmo apóstolo, afirmou aos cristãos da Galácia que eles não apenas podiam fazer isso, mas na verdade deveriam fazê-lo, mesmo que ele ou outro apóstolo ou até mesmo um anjo viesse anunciando outra doutrina (Gl 1:8,9). 
O problema de muitos protestantes hoje não é interpretar a Bíblia por si mesmos, mas, exatamente o contrário. O próprio protestantismo moderno precisa de uma nova reforma no sentido de rever seus princípios originais e sua aplicabilidade na devoção pública e particular. Poucos conhecem na teoria ou na prática os lemas da Reforma como: Sola Gratia, Solus Christus, Sole Deo Gloria, etc. Aliás, se nossa fé e prática cristã, não tiver apoio bíblico, não vale, é puro fanatismo e heresia. Nesse sentido, precisamos rever muita coisa com relação ao evangelismo, a adoração, ao discipulado, etc. Mas, isto é assunto para outra hora. 
Sabemos, é verdade, que muitas seitas têm surgido no meio do protestantismo. O evangelho da prosperidade e do triunfalismo que sufocam a mensagem da cruz é uma triste realidade. Entretanto, tais heresias constituem-se uma pequena parcela no corpo do cristianismo reformado. Pior que elas, é o próprio catolicismo romano que não só sufoca a mensagem da cruz com seus dogmas heréticos, mas, vai além ao ponto de anula-la com suas abomináveis missas eucarísticas.
Inclusive, muitos protestantes atuais nem sequer imaginam que o maior problema da Igreja Católica Apostólica Romana não é a iconolatria (veneração de imagens=idolatria), mas sim, o sacramento da “santa missa” onde segundo sua hermenêutica (interpretação), o sacrifício de Cristo é repetido diariamente. Absurdo! 
Prefiro uma hermenêutica que pregue uma expiação suficiente e completa como o faz a Reforma do que uma hermenêutica que ensine um tão grande sacrilégio como o faz o catolicismo em suas missas abomináveis. 
Particularmente, prefiro não depender da hermenêutica católica para interpretar Hebreus 9:28, que diz claramente: “Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação”. De acordo com a hermenêutica católica, que esperança ou segurança há, para os que confiam na Missa ao invés de confiarem pessoalmente no Cristo morto e ressurreto? Segundo a teologia católica sem a missa ninguém pode ser salvo e isso num processo paulatino passando inclusive pelo purgatório. Segundo a teologia bíblica e verdadeiramente apostólica, ninguém pode ser salvo a não ser através de Cristo que nos é oferecido diretamente nas Escrituras e recebido instantânea e integralmente pela fé somente (Jo 7:38; At 4:12; Rm 5:1).
Depender de uma hermenêutica “correta” extra bíblica como a católica, que prega a salvação pelas obras misturadas com sacramentos, além de tantas outras discrepâncias doutrinárias não é sinal de segurança como afirma o padre em seu livrete. Pelo contrário, é sinal de perigo eminente e eterno.
Graças a Deus pela Reforma Protestante! Graças a Deus pelo resgate do Sola Scriptura (At 17:11b) e das grandes doutrinas apostólicas como a justificação pela fé (Rm 5:1). Que a Bíblia Sagrada, a Santa e Inerrante Palavra de Deus, continue sendo nossa única regra de fé e prática cristã por mais 500 anos, se Nosso Senhor Jesus não voltar antes. Sola Scriptura sempre! 

Nota: 1. Literalmente, são 497 anos de Reforma Protestante. 
Referências Bibliográficas
Wrosz, Vicente. Respostas da Bíblia às acusações dos “crentes” contra a Igreja Católica. Ed.Pe.Reus. 
Confissão de Heidelberg, P.80. Qual é a diferença entre a Ceia do Senhor e a missa do papa? 
Almeida, João Ferreira de. Bíblia Sagrada Revista e Atualizada. Ed.SBB. 
STOTT, John. A Mensagem aos Efésios. Ed.ABU. Pgs 73. 

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa/PB - AIECB)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Colarinho Clerical: Uso e Origem (católico ou protestante?)

O colarinho clerical é uma invenção bastante moderna criada em 1827 na Escócia (século 19). O responsável por essa invenção foi Donald McLeod, um reverendo presbiteriano (há quem pense que era anglicano).
Foi desenvolvido para ser usado no trabalho cotidiano do ministro (mais prático que a batina). Hoje é usado por pastores em diversas denominações cristãs como presbiteriana, luterana, metodista, Nova Vida, etc.
O colarinho clerical foi elaborado com a finalidade do uso eclesiástico por parte do ministro evangélico, e posteriormente copiado pela igreja católica a partir do Concílio Vaticano II, por influência dos jesuítas. Hoje, podemos encontrar um forte preconceito em muitas igrejas e "crentes", principalmente porque associam o uso desta camisa ao Catolicismo Romano. Portanto, encontramos muitas pessoas que, sem saber da origem e do significado, tem uma reação fortemente emocional e contrária ao uso do colarinho clerical.
Recentemente, temos visto um número crescente de pastores e igrejas que tem começado a entender a importância do uso da camisa no meio da comunidade onde trabalham.
Em sua simbologia, o colarinho clerical possui um significado muito forte. O uso de símbolos é um sinal e um testemunho vivo de Deus no mundo secularizado. Pois uma das características do movimento da secularização é o desprezo por sinais e símbolos religiosos. Para as pessoas o fato de ver um ministro com o colarinho clerical já é um testemunho de fé. Assim como vendo um militar lembramo-nos da Lei, e vendo um enfermeiro (a) com seu uniforme branco lembramos o hospital. São muitos os profissionais que usam um uniforme especifico para serem identificados na sua função, como os policiais, juizes, entre outros. Portanto, não deveria ser uma surpresa o uso de vestes cristãs.
Assim como no Mundo Antigo os servos (escravos) possuíam um colar de ferro em volta do pescoço, os ministros evangélicos que utilizam o colarinho clerical estão declarando publicamente que são servos do Senhor e de Sua Sagrada Escritura. Por essa razão o colarinho clerical é branco, porque fala da santidade do Senhor e de Sua Palavra na garganta de seu servo. Essa é a essência do colarinho, falar que aquele que o usa não é dono de si mesmo e que seu Senhor é santo.
Tradicionalmente, o cristianismo tem ensinado que aqueles que têm participação direta na condução do culto estejam trajados de forma que sejam identificados como servos imbuídos dessa tarefa. Isso não ocorre apenas no catolicismo, como alguns desejam argumentar, mas no meio evangélico também. Enquanto algumas denominações evangélicas optaram pelo uso do terno e gravata, outras optaram pelo uso do colarinho clerical, que é aquela peça branca de plástico. Por isso, devido à falta de informação, o preconceito quanto ao uso do colarinho clerical e a afirmação da gravata como indumentária espiritual não possui base sólida e nem tampouco bíblica (pasmem os preconceituosos!!!).
O “símbolo” é um elemento essencial no processo de comunicação. Em outras palavras, quando um ministro cristão veste uma camisa clerical, qualquer que seja o lugar onde ele se encontre as pessoas são conscientes da sua presença, sendo assim uma proclamação visível da presença de Deus no meio da sociedade. Assim como vendo um militar lembramo-nos da Lei, e vendo um enfermeiro (a) com seu uniforme branco lembramos o hospital.
Pessoalmente, prefiro o colarinho clerical. Desculpem-me os que não concordam. Mas, uso colarinho clerical não porque seja um padre! Mas, também não uso terno e gravata porque não sou político nem empresário ou advogado. Uso colarinho clerical porque sou um pastor, ministro do Evangelho e é assim que quero ser reconhecido aonde quer que eu vá como Embaixador do Evangelho.

Fontes: http://www.icnvcg.com.br e outras

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Congregacional de João Pessoa – AIECB).

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Oração Franciscana: Um Verdadeiro Modelo de Oração Cristã

A Oração da Paz, também denominada de Oração de São Francisco, é uma oração de origem anônima que costuma ser atribuída popularmente a São Francisco de Assis. Foi escrita no início do século 20, tendo aparecido inicialmente em 1912 num boletim espiritual em Paris, França.
Em 1916 foi impressa em Roma numa folha, em que num verso estava a oração e no outro verso da folha foi impressa uma estampa de São Francisco. Por esta associação e pelo fato de que o texto reflete muito bem o franciscanismo, esta oração começou a ser divulgada como se fosse de autoria do próprio santo.
Mas, independente da autoria, a oração franciscana, constitui-se num verdadeiro modelo de oração cristã. Muitos "evangélicos" deveriam aprender esta oração juntamente com a Oração do Pai Nosso. Muito melhor que, muitas orações imprecatórias que ouvimos nas "canções gospel" por ai. Aliás, Francisco de Assis viveu antes da Reforma Protestante no século 12, e até onde pesquisei, nenhum dos reformadores repudiaram a conduta do frade que tem inspirado milhares de cristãos no mundo. Uma de suas célebres frases e que muito nos toca é: "preguem o Evangelho, se for preciso, use palavras". Confesso que, ainda não consegui atingir o grau de devoção cristã de Francisco, e tampouco consegui, fazer esta oração por completo. Vamos fazê-la juntos?
"Senhor: Fazei de mim um instrumento de vossa Paz.
Onde houver Ódio, que eu leve o Amor,
Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.
Onde houver Discórdia, que eu leve a União.
Onde houver Dúvida, que eu leve a .
Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.
Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.
Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.
Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!
Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se vive para a vida eterna! Amém". 
 
Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa/PB)
 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Razões Porque Não Sou e Não Posso Ser Católico Romano

Este artigo não visa criticar ou ofender meus irmãos e amigos católicos romanos. Apenas esboçar as várias razões porque não sou e não posso ser um católico romano no sentido institucional e eclesiástico do termo. São elas:
1- Não sou católico romano porque meu manual de fé e prática cristã é somente a Bíblia Sagrada e não qualquer tradição religiosa inventada por igrejas ou homens religiosos por melhores que sejam (Gl 1:8,9/2 Tm 3:16,17).
2- Não sou católico romano porque a religião cristã fundada por Cristo começou oficialmente em Jerusalém no Dia de Pentecostes e não em Roma ou Constantinopla, etc (At 2:1-47). Passando todo o 1º século da era apostólica sem modificações nem acréscimos, mas a partir do 2º século e dali para cá surgiram novas doutrinas, falsificações, e toda a sorte de cerimônias estranhas ao Novo Testamento, que foram discutidas em concílios e aprovadas por homens, daí nascendo a Igreja Católica Romana e outras vertentes como ortodoxos, vetero-católicos, etc.
3- Não sou católico romano porque a doutrina cristã foi entregue pelo Espírito Santo aos apóstolos e está registrada nas páginas do Novo Testamento onde não encontramos papa, cardeal, padre, missa, hóstia, intercessão dos santos, relíquias sagradas, terço, purgatório, limbo, celibato obrigatório, 
mariolatria, etc (Jo 14:16,17 e 26). De forma que a fé cristã está baseada nos escritos dos apóstolos (NT) e profetas (AT) e não nos chamados “pais da igreja” (Ef  2:20) ou tampouco na chamada tradição oral. 
4- Não sou católico romano porque a tradição oral é uma falácia! A Palavra de Deus precisou ser escrita para passar intacta de geração a geração, pois, o testemunho boca a boca embora tenha sua valia não é infalível (telefone sem fio). Veja por exemplo um ensino apostólico oral que se perdeu no tempo e que somente a Igreja de Tessalônica sabia, ou seja: “o quê ou quem” detinha o aparecimento do Anticristo no 1º século (2 Ts 2:1-6)? Um dos “pais da igreja” Irineu sugeriu alguns nomes em sua obra “Contra as Heresias”, mas deixou claro que ninguém sabia ao certo de quem se tratava. Para saber mais acesse: http://heresiascatolicas.blogspot.com.br/2013/11/refutando-falacias-catolicas-sobre.html
5- Não sou católico romano porque “não creio que a salvação dependa de uma instituição religiosa que equivocada e arrogantemente diz que fora dela não há salvação” quando os apóstolos deixaram bem claro que a salvação encontra-se somente em Jesus (Jo 3:16; 20:30,31; At 4:12). Sendo a igreja apenas a congregação ou ajuntamento dos que são salvos (At 2:47). Caso contrário, o ladrão na cruz não teria sido salvo uma vez que apenas creu em Cristo e não chegou a participar de uma igreja organizada (Lc 23:43).
6- Não sou católico romano porque não encontrei nas Escrituras Sagradas que entre Deus e os homens há outro mediador e intercessor fora de Jesus Cristo (1 Tim 2:5). Nem mesmo sua mãe Maria (Rm 8:34).
7- Não sou católico romano porque não encontrei na Escrituras Sagradas a “Transubstanciação” doutrina da hóstia transformada no corpo de Cristo (osso, carne, nervos, unhas, cabelos, sangue, espírito e divindade). O que na verdade acaba em idolatria com a adoração do chamado “Jesus Sacramentado”.
8- Não sou católico romano porque acho a Missa uma abominação e ridicularizarão do sacrifício do Senhor Jesus. Uma vez que tal sacrifício não se repete, nem se atualiza. Pois se trata de um sacrifício eterno e perfeito (Hb 9:28). Sendo assim, a Santa Ceia é apenas um memorial sagrado do único sacrifício de Jesus realizado para redimir a humanidade penitente (1 Co 11:23-26).
9- Não sou católico romano porque o ensino apostólico no NT destoa significativamente do ensino do catecismo católico. De forma que de apostólico, os dogmas católicos não tem quase nada com exceção da Trindade e do Pai Nosso entre outros que inclusive nem tem o devido destaque na liturgia ou vida cristã católica.
10- Não sou católico romano porque não creio em cristianismo nominal e cristianismo prático como coisas comuns. Ou seja, não aceito que exista “cristão praticante” e “cristão não praticante” que no final terão o mesmo destino (purgatório, céu) somente porque foram batizados na igreja católica romana. A bíblia é enfática quanto a prática da fé (Mt 7:23,24; Hb 11:33; Tg 1:22,23).
11- Não sou católico romano porque na doutrina apostólica é Jesus quem ocupa o papel central e não sua mãe Maria. Nem Jesus e nem os apóstolos falaram sobre Maria como Rainha do céu, medianeira, co-redentora, etc. Apenas de bendita como todos os outros servos e servas de Deus do AT e NT (compare por exemplo: Dt 28 e Mt 5:1-12). Com todo respeito, a única "Bíblia" onde Maria é exaltada conforme o catolicismo romano é nos livros apócrifos (que inclusive, possuo 1 exemplar).
12- Não sou católico romano porque não creio que o papa seja o representante de Cristo na terra. O único vigário que Ele deixou foi o Espírito Santo (Jo 14:16, etc).

Obs: Reconheço a importância das Igrejas Católicas Romanas (e outras Católicas como a ortodoxa, etc) na história da humanidade e aqui também no Brasil. A presença do catolicismo no mundo tem sido importante no que diz respeito a cristianização dos países através principalmente da propagação da fé cristã por meio dos símbolos cristãos. De forma que tais igrejas oferecem um papel muito significativo no que tange a pavimentação das culturas locais para o evangelho. Todavia, meu problema maior com o catolicismo (principalmente, o romano) é exatamente a parte principal, ou seja, a apresentação do evangelho. Seria uma beleza se o catolicismo (principalmente, o romano) ao vencer as barreiras culturais que não é nada fácil, apresentasse as pessoas o evangelho neotestamentário e apostólico ao invés dos seus dogmas paganizados e acumulados ao longo dos anos. Por essa razão maior aqui descrita e esboçada, é que não posso ser um cristão católico (principalmente, romano) de livre e sã consciência. Pessoalmente, gostaria que o Brasil tivesse sido colonizado pelos cristãos reformados (calvinistas) da França e Holanda como pretendiam as Igrejas Reformadas da Europa em meados do século 18. Cujas investidas se deram no Rio de Janeiro e Pernambuco principalmente. Caso tivesse acontecido, nosso país teria tudo para ser hoje um país cristão praticante com menos violência, corrupção, imoralidade, etc (uma vez que não aceitamos cristãos não praticantes. Apenas, os praticantes). Mesmo com 500 anos de cristianismo católico romano em nossa Pátria, os brasileiros pouco sabem da Bíblia quer na teoria quer na vida diária. Somos meramente um país "nominalmente" cristão, mas, pouco cristão de fato. Pois, não se pode ser cristão sem ter a Bíblia como regra de fé e prática. Esse é o maior problema do catolicismo romano, criar um cristianismo sem a bíblia como seu fundamento. "Se" eu tivesse de ser algum tipo de católico, seria um ortodoxo ou outra vertente como anglo-católico, vétero-católico, etc. Mas, católico romano não dá...pelas razões supracitadas. Sola Scriptura!!!   


Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa - AIECB)

sábado, 6 de dezembro de 2014

Crítica Sagrada ao Hino Senhora e Rainha do Padre Zezinho


Este artigo visa esclarecer alguns equívocos que os católicos cometem com relação a nós evangélicos no que diz respeito à Maria, mãe de Nosso Senhor Jesus.
Há um hino do Padre Zezinho que diz: “O povo te chama de Nossa Senhora por causa de Nosso Senhor. O povo te chama de Mãe e Rainha por que Jesus Cristo é o Rei do céu. E por não te ver como desejaria, te vê com os olhos da fé. Por isso ele coroa a tua imagem Maria. Por seres a mãe de Jesus de Nazaré. Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus! Mais bonito é saber quem tu és. Não és deusa, não és mais que Deus mas depois de Jesus, o Senhor, neste mundo ninguém foi maior. Aquele que lê a palavra Divina por causa de Nosso Senhor, já sabe que o livro de Deus nos ensina que só Jesus Cristo é o intercessor. Porém se podemos orar pelos outros, a Mãe de Jesus pode mais! Por isto te pedimos em prece, oh! Maria. Que leves o povo a Jesus, porquê de levar a Jesus entendes mais...”.
De fato, não podemos negar a devida honra da Santa e Bendita Maria, mãe do Nosso Senhor Jesus Cristo. Não foi qualquer uma que foi escolhida para ser a mãe do Salvador. Porém, se por um lado não podemos ficar aquém da honra que a Bíblia lhe presta; por outro, não podemos devotar a Maria uma honra além daquela que a própria Bíblia lhe dá. Inclusive, uma honra acima da que o próprio Jesus e os apóstolos lhe deram.
Francamente, em nenhuma passagem da bíblia vemos Maria como o centro da fé cristã ou do ensino apostólico. Maria foi uma importante figurante no trama da salvação, mas, o protagonista da história bíblica sempre foi Jesus (de Gênesis ao Apocalipse). De forma, que não podemos concordar com o catolicismo quanto a qualquer um de seus dogmas marianos como a sua imaculada conceição, assunção, mediação, etc. E isto fazemos sem nenhum medo de ofender ao próprio Deus. Pois, se Maria devesse ser tão reverenciada (ou adorada) pelos cristãos, os próprios apóstolos que com ela viveram o teriam feito e exigido. Aliás, se a própria Maria soubesse o que os católicos dizem a seu respeito com certeza discordaria.
O único capítulo na bíblia onde Maria mais se destaca é em Lucas 1. Ao lermos com atenção este texto sagrado, veremos expressões no tocante a ela como “salve agraciada, bendita entre as mulheres, bem-aventurada, serva, etc”. Mas, não veremos nada de “rainha do céu, medianeira, portal do céu, arca da aliança, etc”. De modo que, tais expressões são antibíblicas, pura invencionice e superstição humana (por mais intencionadas que sejam).
O padre Zezinho diz: “Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus!”. Pergunto: nós evangélicos não nos lembramos dela por acaso? Lembrar significa necessariamente divinizar? Nós não rebaixamos Maria daquilo que a Bíblia diz que ela é e desejamos um dia conhecer pessoalmente aquela que foi instrumento de Deus para trazer seu bendito Filho ao mundo. Sem dúvida, temos muito o que aprender com ela. Entretanto, não a exaltamos além da revelação divina. A bíblia é a revelação do Espírito Santo aos santos apóstolos (Jo 16:13). Todavia, a nenhum deles o Espírito ensinou estes dogmas católicos a respeito de Maria. Portanto, nos lembramos sim de Maria à luz do ensino do próprio Espírito de Deus. E por falar nisso, é antibiblica também a expressão do padre: “depois de Jesus, o Senhor, neste mundo ninguém foi maior”. Foi sim! O próprio Jesus declarou que “dentre os nascido de mulher ninguém foi maior que João Batista (Mt 11:11)”. Logo, nossa fé em Maria é fundamentalmente bíblica.
Quanto a orar pelos outros, de fato, todos nós podemos fazê-lo. Entretanto, enquanto ainda estamos vivos. Maria não faz mais parte de nossa dimensão. Deixemo-la descansar em paz! Não perturbemos a mãe do Senhor. Você gostaria que alguém perturbasse sua mãe enquanto ela descansa? Maria teve sua dura peregrinação aqui na terra servindo muito bem a Deus. Agora, ela aguarda junto com todos os genuínos cristãos que morreram, pela ressurreição (1 Ts 4:15).
Como é bonita uma religião digo eu, que não incomoda e nem desfigura a mãe de Jesus. Mas bonito é saber quem ela foi e seguir seu exemplo, servindo Seu filho Jesus Cristo. Que por sinal, foi gerado milagrosamente no seu ventre ainda virgem pelo poder do Espírito Santo e não por uma “relação sexual espiritual” tornando-se seu esposo. Uma heresia absurda! Maria não foi esposa do Espírito, a bíblia deixa claro que ela foi esposa e mulher do santo José (Mt 1:25). Ela foi apenas "barriga de aluguel" (nada mais), e após o parto deixou naturalmente de ser virgem e viveu com seu marido naturalmente como uma devota judia. Aliás, como ela poderia continuar virgem após o parto? A não ser que estejamos falando de Marias diferentes!

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Congregacional de João Pessoa – AIECB).

A Dívida do Protestantismo Brasileiro para com os Congregacionais

O protestantismo nacional tem uma dívida de honra muito grande para com o congregacionalismo brasileiro. Uma vez que, após várias tentativas frustradas de implantação do cristianismo reformado em nossa pátria (por calvinistas franceses e holandeses), aprouve a Deus, dar êxito ao trabalho missionário do até então desconhecido Robert Red Kalley que mais tarde ficaria conhecido como o "lobo calvinista". De forma que, uma vez usado por Deus para tal finalidade, as portas para o genuíno evangelho em solo brasileiro se abriram para as demais denominações e grupos evangélicos (que hoje inclusive, possuem maior expressão no Brasil, que o próprio congregacionalismo). 
Robert Reid Kalley (18091888) foi um médico e pastor escocês. O sonho de Kalley era tornar-se missionário na China, mas, considerando a frágil saúde da sua primeira esposa Margaret, os colegas lhe sugeriram a ilha da Madeira, onde foi ordenado ao ministério pastoral. Os Kalley tornaram-se figuras históricas do protestantismo em Portugal e no Brasil. Depois que sua primeira esposa falecera em 1851, Kalley casou-se no ano seguinte com Sarah Poulton. Os Kalley ficariam no Brasil por 21 anos, atuando como missionários e cuidando de enfermos.
Apesar de ter sido batizado na Igreja da Escócia, Kalley não possuía vínculos com nenhuma denominação. Ao estabelecer igrejas no Brasil, Kalley que desde Portugal se afastara da tradição reformada rígida em matéria de organização eclesiástica, introduziu, quanto à forma de governo como tinha feito na Ilha da Madeira, uma estrutura congregacionalista, onde cada igreja local é independente e autônoma. Era dessa forma que Kalley definia a si mesmo: um ministro cristão, sem restrições denominacionais. As igrejas fundadas por Kalley não tinham qualquer vínculo pelo qual pudesse se estabelecer uma continuidade histórica em relação a qualquer tradição denominacional até então existente. Eram igrejas com uma identidade própria, peculiar.
Dessa forma, Kalley foi aquele que conseguiu plantar o Cristianismo Evangélico de forma definitiva no Brasil. Seu trabalho influenciou outros missionários (presbiterianos, batistas, etc) a trabalharem no Brasil, contribuindo para a construção do protestantismo no país, onde hoje conta com aproximadamente 40 milhões de adeptos.
O casal Robert Reid Kalley e Sarah Poulton Kalley, chegaram à cidade do Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, em 1855. Instalaram a primeira classe de Escola Dominical, contando com 5 crianças, onde foi contada a história do profeta Jonas. Em 1858, Kalley organizou a 1ª igreja evangélica de regime congregacionalista no Brasil: A Igreja Evangélica Fluminense. Cinco anos mais tarde, fundariam a Igreja Evangélica Pernambucana (1863).
Kalley deixou um grande legado não só para as igrejas que se originaram de seu ministério, mas também para todo o Protestantismo brasileiro. Através de sua luta, em um período onde não havia liberdade religiosa, alcançou conquistas substanciais que passaram a constituir um legado para todos os brasileiros acatólicos e para a história do direito civil brasileiro. O casamento civil, a utilização de cemitérios públicos e o registro dos filhos de pessoas não-católicas foram conquistas que realçaram a liberdade religiosa brasileira até os dias de hoje. Deixou também uma hinologia básica para várias denominações comporem os seus hinários. Bem como uma súmula teológica conhecida como “os 28 Artigos das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo” que serviu de base para o congregacionalismo brasileiro e outras denominações históricas e reformadas.
Assim sendo, o protestantismo brasileiro moderno, possui uma dívida de honra muito grande para com este casal e a tradição cristã (evangélica) a qual implantaram em nossa Pátria com a ajuda de Deus. Caso contrário, talvez, ainda hoje tivéssemos lutando por direitos civis e religiosos contra toda a tradição católica. Deus usou os Kalleys para conseguir junto ao imperador D.Pedro II tais privilégios.
É lamentável sabermos que existe tão pouco ou quase nenhum reconhecimento da parte da igreja evangélica brasileira para com o congregacionalismo e sua influência no Brasil. Pois, se hoje somos cerca de 40 milhões de evangélicos no país, deveria ser sempre lembrado nos grandes ou pequenos eventos, que os primeiros destes, foram zelosos congregacionais (depois presbiterianos, batistas, assembleianos, etc).
Mesmo assim, sou congregacional com muito orgulho  (sem ser sectarista) e louvo a Deus por fazer parte de uma denominação genuinamente evangélica. Que mesmo diante de todo secularismo e inovações "espirituais" que tem se infiltrado em muitas outras denominações, continua firme e forte no seu propósito de manter nesta nação um paradigma de eclesiologia comprometido somente com as Sagradas Escrituras. Sim, somos desde 1858 (há 156 anos) uma denominação ainda bíblica, reformada, protestante e de fato, evangélica. Uma igreja pouco notável, talvez, mas uma igreja que nasceu neste solo, comprometida com a proposta de levar o genuíno evangelho as vidas de milhares de brasileiros em suas respectivas gerações e regiões.
Glória a Deus pelo envio do casal missionário congregacional, Dr.Robert Kalley e Sarah Poulton Kalley!!!

Fonte: adaptado do Wikipédia

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Congregacional de João Pessoa – AIECB).

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Pastores Congregacionais Famosos - Lloyd Jones

David Martyn Lloyd-Jones (1899 - 1981) foi um teólogo protestante na linha calvinista de origem galesa que foi influente na ala reformada do movimento evangélico britânico no século 20. Um dos ícones do Congregacionalismo. Foi pastor da igreja Congregacional chamada Capela de Westiminster na Inglaterra durante 30 anos, em Londres. Lloyd-Jones era um forte opositor da teologia liberal que se tornou uma parte de muitas denominações cristãs, considerando-a como uma aberração. Ele discordou da abordagem ampla da Igreja e incentivou os cristãos evangélicos (especialmente anglicanos) para deixar suas denominações existentes, considerando que a comunhão cristã verdadeira só foi possível entre aqueles que partilharam convicções comuns sobre a natureza da fé.

Depois de deixar a medicina em 1927, ele se tornou o ministro de uma Igreja Presbiteriana em Aberavon, no sul de Gales. Depois de uma década, ministrando em Aberavon, em 1939 ele voltou para Londres, onde tinha sido nomeado como pastor adjunto da Capela de Westminster. Lloyd-Jones era bem conhecido por seu estilo expositivo da pregação, e na manhã de domingo e reuniões à noite em que ele oficializou, atraiu multidões de milhares de pessoas, como fez na sexta-feira à noite estudos bíblicos - que eram, na verdade, os sermões no mesmo estilo. Ele iria levar muitos meses - até anos - para expor um capítulo da Bíblia versículo por versículo. Seus sermões costumava ser em torno de 50 minutos à 1 hora de duração, atraindo muitos estudantes de universidades e faculdades, em Londres. Seus sermões também eram transcritos e impressos (quase literalmente) no registro de Westminster semanais, o que foi lido avidamente por aqueles que apreciaram a sua pregação. Por essa e outras razões, é considerado um dos maiores pregadores protestantes do século XX. Ele é conhecido como um pregador que continuou a tradição puritana da pregação experimental. Seu estilo de pregação pode ser resumido como "a lógica pegando fogo". Várias de seus sermões e obras foram publicados em português pelas Editoras PES e Fiel.

Nota: compilado do Wikipédia e Outras Fontes

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Pastores Congregacionais Famosos: John Owen

John Owen (1616 -1683) é, por consenso, o mais bem conceituado teólogo puritano, e muitos o classificariam, ao lado de João Calvino e de Jonathan Edwards, como um dos 3 maiores teólogos reformados de todos os tempos. Entrou em Oxford, aos 12 anos de idade e completou seu mestrado aos 19. Em 1637 tornou-se pastor. Aqui ele se casou e deste casamento teve 11 filhos. Na década de 1640 foi capelão de Oliver Cromwell e, em 1651, veio a ser deão da Christ Church, a maior faculdade de Oxford. Em 1652, recebeu o cargo adicional de vice-reitor da universidade, a qual passou a reorganizar com sucesso notável. Depois de 1660, foi líder dos Independentes (mais tarde chamados de congregacionais, até sua morte em 1683. Apesar de suas outras realizações, Owen é mais famoso por seus escritos. Durante sua vida ele produziu mais de 80 publicações, muitas das quais de grande extensão. Estes abrangem a gama de assuntos doutrinários, eclesiásticos e vida prática. Todas caracterizados por profundidade, rigor e, piedade. As principais são: A glória de Cristo, Comunhão com o Deus Trino, O Espírito Santo, Tentação e Mortificação do Pecado, e A Morte da morte na morte de Cristo. Obras essas traduzidas para o português. Owen é considerado como maior teólogo inglês de todos os tempos. Também conhecido como “O Príncipe dos Puritanos”. Foi um dos líderes da Assembléia de Westminster e Savoy dando significativas contribuições na formulação destas grandes confissões de fé reformadas. No prefácio de uma das traduções do livro "Mortificação do Pecado" o bispo anglicano J. I. Packer afirma que Owen foi o teólogo que mais influenciou a sua vida.

Nota: Transcrito e adaptado do Wikipédia e outras fontes