sábado, 27 de junho de 2015

Mulheres Podem Ser Pastoras? Uma Breve Reflexão Sobre o Ministério Pastoral

"Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto - 1 Pe 5:2".

Quando alguém me pergunta se uma mulher pode ser pastora, respondo que para isso, "ela precisa ser muito macho"! Ou seja, ela precisa ser mais homem do que muitos homens. Não me entendam mal. O que quero dizer, é que, pastorado não é apenas para homens. Mas sim, para cabra macho mesmo, homem com "H". Isto é, nem todo homem pode ser pastor, pois, a função pastoral é trabalho muito pesado. Sendo assim, pergunto: mulher aguenta pegar em peso? mulher aguenta pressão?
Vivemos em uma época, onde o ministério pastoral passa por uma crise aguda. Não são poucos os escândalos causados por determinados "pastores" na área financeira, sexual, moral, espiritual e ética. Há muitos outros que tem abandonado suas igrejas e famílias. Particularmente, conheço alguns que perderam a própria fé. Ex-obreiros de denominações expressivas como Assembléia de Deus, Batista, Betel e Presbiteriana. Conheço outros que perderam os cabelos e até a saúde! Diante de tal quadro, é difícil encontrar quem possa contar os pastores que de fato pastoreiam (1 Rs 19:18).
O renomado conferencista, Paul Washer, chegou a afirmar categoricamente na Conferência Fiel em 2012, que seria aconselhável que metade dos "pastores" que hoje existem, mudassem de função. Logo, percebemos que ser pastor não é para qualquer um, imagine, achar que é para qualquer uma! Conforme vejo, o "x" da questão está no fato que o "cristianismo" atual tem baixado demasiadamente o padrão bíblico não só quanto a adoração, o evangelismo, a conversão, e a vida cristã; mas também, tem cada vez mais diminuído o nível de exigência quanto ao sagrado ministério. Deste jeito então, qualquer um pode ser: pastor, bispo, apóstolo, etc. E porque não, ser pastora ou bispa, já que vale tudo e todos? Há denominações como a Anglicana que não apenas ordenam ao pastorado mulheres, mas, pasmem, até mesmo homossexuais. Para estas igrejas, tais ordenações não apenas são legais, mas, até mesmo necessárias. No Brasil a febre das ordenações femininas para o pastorado tem crescido tanto quanto nos EUA. Entre as famosas temos Ana Paula Valadão, Aline Barros, Fernanda Brum, Ludmila Ferber, Cassiane e "Lana Holder"  além de tantas outras que estão longe da mídia. Umas como Aline Barros cantam a heresia do patripassianismo (música "Digno é o Senhor"), outras como Ludmila Ferber só cantam vitória (é o novo Sola do Protestantismo Moderno, o "Sola Vitória"). Outras como Lana Holder pregam abertamente o homossexualismo. Na internet, tem circulado notícias que famosas como Lady Gaga, Britney Spears e mais recentemente Andressa Urach, desejam se tornar pastoras também após encerrarem suas promíscuas carreiras. Fico pensando, aonde isso vai parar?
Segundo vejo, a única forma de acabar com todas essas invencionices "gospel" é voltando ao Sola Scriptura. Ou seja, a bíblia autoriza, ou sequer fala em ordenação feminina? Se sim, vamos ordená-las. Se não, vamos pôr um ponto final com toda essa conversa mole. Neste ponto, podemos elogiar o catolicismo romano que teve a coragem de "proibir definitivamente qualquer possibilidade de ordenar sacerdotisas". Inclusive, do ponto de vista bíblico, este deve ser o ponto de partida para tal discussão. Há na bíblia, ordenação de sacerdotisas no AT ou de bispas e apóstolas no NT? Claro que não, nem mesmo Raquel ou Débora ou Priscila o foram como especulam os defensores do "feminismo evangélico". Ora, Jesus não escolheu apóstolas, mas sim, apóstolos. Até mesmo porque obviamente, uma mulher não teria pique para acompanha-lo em suas missões na Palestina. Imaginem, apóstolas saindo por todo o mundo bárbaro dos primeiros séculos da era cristã quando todos os apóstolos foram martirizados (com exceção de João)!!! Aliás, indago se muitas mulheres e até mesmo muitos homens cristãos que "aspiram o episcopado" gostariam de ser pastores em um contexto de perseguição.
Não há dúvida que, muitos que se apresentam ao pastorado hoje em dia, o faz por desejo de status e poder ou no mínimo por modismo. Por essa razão, muitos procuram ou abrem "igrejas fundo de quintal" para serem "ordenados" e não são poucos os que promovem cismas nas igrejas onde estão com o fim de terem seu próprio "rebanho e ministério". Biblicamente falando, pastorado é questão de poder ou status ou moda? Claro que não! As cartas de Paulo à Timóteo e Tito deixam bem claro o que se esperar de alguém que deseja o pastorado. Existe uma série de critérios que reprovaria até mesmo muitos ministros de igrejas históricas como a nossa.
Muitos acham que ser pastor é vestir uma roupa especial (eu mesmo gosto do colarinho clerical) e ter o poder do microfone da igreja. Outros acham que trata-se apenas de administrar a igreja em suas finanças, liturgia e departamentos. É verdade que tudo isso, faz parte do ministério pastoral. Porém, o pastorado envolve muito mais!
Não são poucas as vezes que me levanto de madrugada com a cabeça pegando fogo por estar preocupado com a situação espiritual de muitos "crentes" e "igrejas". Muitas vezes, é até difícil achar alguém de confiança para desabafar a realidade do cristianismo do século 21. Muitas vezes me sinto esgotado: física, mental e espiritualmente. E olha que embora eu tenha sido ordenado recentemente, já tenho pelo menos 35 anos de experiência no evangelho! Além de 10 anos de formação teológica e experiência missionária em 6 cidades do Estado Paraibano. Quanto mais o tempo passa, sinto que as dificuldades aumentam e com elas o peso do pastoreio. Ai, vejo que muitos se aventuram ao pastorado apenas por o acharem bonito, promissor e romântico. Há até quem queira entrar no ministério para ser uma espécie de Lutero ou Spurgeon. Há também aqueles cujo sonho é proclamar aos confins da Terra as virtudes e sapiência de João Calvino ou de João Wesley. Quanto engano!
Ser pastor, não é apenas pregar ou ensinar teologia sistemática na igreja (há muitos que nem isso pregam). Mas, é pregar a Bíblia em sua inteireza e pureza anunciando com a devida autoridade temas nada agradáveis como  os atributos de Deus em seu Ser (Santidade, etc) e Pessoalidade (Trindade), a Soberania de Deus em seus decretos e providência, a Queda, o arrependimento, a necessidade da regeneração, a santificação, o perdão, a comunhão, o inferno, e a vida eterna. Além de se dar ao trabalho de aplicar oral e particularmente aos membros do seu rebanho a realidade experimental destas doutrinas em suas vidas pessoais. Conforme dizia o próprio Calvino: "o pastor tem que ser como um pai que distribui sabiamente as devidas porções do pão a cada um de seus filhos". Espiritualmente falando, isto significa que, o pastor além de conhecer as doutrinas bíblicas fundamentais deve ser também, um teólogo hábil e prático na aplicação das mesmas nas diversas áreas do viver cristão diário.
É exatamente aqui, onde o pastorado é mais testado. A saber, na área do aconselhamento e discipulado pessoal quando há o confronto direto com seus ouvintes. Quando tem de enfrentar e discernir o estado espiritual de suas ovelhas que inclui as mais mansas e também as mais hostis (além dos bodes). Acham isso uma tarefa simples? Pois, não é não. Requer muita maturidade, espiritualidade, treinamento, oração e estudos. E tudo isso, não descreve a vida pastoral no seu todo (os pastores mais veteranos que o digam). Conheço bons pastores que se aposentaram precocemente preferindo antes ser taxista do que tutor eclesiástico. Afinal de contas, mesmo sendo vocacionados, somos apenas humanos realizando pela graça divina nas devidas proporções, um trabalho sobre humano com humanos imperfeitos. Quem não tiver focado na glória de Deus e de Cristo, desiste no meio do caminho mesmo.
Sendo assim, finalizo este artigo, respondendo a pergunta inicial sobre o pastorado feminino dizendo que se for para pregar prosperidade, triunfalismo, profetada e tantas besteiradas mais, então qualquer homem e até mesmo mulheres podem ser ordenados ao "pastorado" sem problema algum. Mas, se estamos falando de pastorado bíblico, nem todo homem pode ser. E com todo respeito, tampouco, as mulheres!!!
Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Congregacional de João Pessoa/PB)

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Alerta: Cantora Gospel Soraya Moraes e a Heresia do Triteísmo

Infelizmente não podemos dizer amém para mais uma bela canção gospel. Conforme destaquei neste blog, num artigo sobre a cantora gospel Aline Barros e sua heresia do patripassianismo, desta feita, pretendo identificar mais um equívoco grave acerca do que esses cantores tem entendido acerca da Santíssima Trindade. Refiro-me agora a cantora Soraya Moraes que em sua canção (na verdade, versão) “Quão Grande é o Meu Deus” ressuscita de forma inconsciente uma antiga heresia conhecida como triteísmo. Diferente das heresias modalistas que ensinavam que Deus não existe em Seu Ser Uno na forma de 3 pessoas distintas e simultâneas (Pai, Filho e Espírito Santo), o triteísmo afirmava a tríplice pessoalidade de Deus. No entanto, negavam que cada uma das pessoas da Deidade eram completamente Deus (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo). Ao contrário, ensinavam que as 3 pessoas juntas é que formavam um único Deus. Logicamente, esse ensino herético foi rejeitado em todos os Concílios da Igreja Cristã Antiga (Éfeso, Calcedônia, Nicéia, etc). Por não conhecer a história da teologia cristã, muitos dos atuais "cantores gospel" tem cometido aberrantes erros doutrinários, principalmente no que diz respeito ao dogma da Trindade. Veja onde a cantora Soraya Moraes errou e tente concertar o erro quando for cantar esta canção em sua igreja: “Com esplendor de um rei, em majestade e luz, faz a terra se alegrar...Ele é a própria luz e as trevas vão fugir, tremer com sua voz...Quão grande é o meu Deus cantarei quão grande é o meu Deus e todos hão de ver Quão grande é o meu Deus. Por gerações Ele é, o tempo está em suas mãos, o começo e o fim...Três se formam em um Filho, espírito e Pai. O cordeiro e o leão...Quão grande é o meu Deus, etc”. Percebeu? No lugar de “Três se formam em um”...coloque algo como “Os Três em essência são um” ou algo similar. Caso contrário, estaremos afirmando que o Deus cantado nesta versão é um outro deus, o deus herético triteísta. O Deus cristão é triúno. Ou seja, "um em essência, mas três em personalidade". Cada uma destas personalidades ou pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo) são completamente Deus mesmo sendo pessoas distintas. O Pai não é meio Deus nem tampouco o Filho ou o Espírito Santo. O mistério da Santíssima Trindade está no fato de no Único Ser Divino existir simultaneamente 3 pessoas. Mais isto já é uma outra história. Fica a dica!!!


Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa - AIECB)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Crítica Sagrada ao "Bispo" Macedo - "O Maior Herege que Conheci"

Já faz um bom tempo que o 1º milagre operado por Jesus em seu ministério, a transformação de água em vinho durante uma festa de casamento, se tornou a nova fonte de polêmica protagonizada pelo "bispo" Edir Macedo. Porém, somente agora pude fazer um repúdio público do fato. Para quem não viu o vídeo que circula na internet, Macedo critica a transformação da água em vinho por, não entender que “benefício” isso poderia oferecer às pessoas. Antes de mais nada preciso dizer, que nunca vi na História da Igreja alguém ter tanta ousadia. Merece um prêmio como o "Maior Herege do Cristianismo". Já vi muitos tipos de hereges, mas, nenhum deles ao ponto de criticar os próprios milagres de Jesus (a não ser os escribas e fariseus). Eis as palavras de Macedo na íntegra:
Pensa comigo, por favor. O 1º milagre que Jesus realizou foi numa festa de casamento quando ele transformou a água em vinho. Eu fiquei perguntando: ‘Meu Deus, o 1º milagre que o Senhor faz não é a cura de um enfermo, não é a libertação de um oprimido, não é a salvação de um ser humano. O senhor transformou água em vinho?’ E esse vinho, o que fez? Alegrou apenas os convidados daquela festa de casamento. Não fez mais nada. Ou fez? Qual foi o benefício que a transformação de água para vinho trouxe para o Reino de Deus?”, diz o líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) durante um sermão na reunião do réveillon 2012.
A crítica de Macedo ao milagre de Jesus rendeu inúmera críticas a ele (e aqui vem a minha também). O pastor Renato Vargens por exemplo, publicou 2 artigos sobre o tema, e rebateu a postura do bispo da Universal.
A coisa anda tão complicada que nem Jesus serve mais! Infelizmente o evangelho pregado por alguns é tão humanista que fica difícil eles acreditarem num Deus soberano”, disse Vargens, que engrossa as fileiras dos que criticam a IURD: “Sou obrigado a concordar que as doutrinas de Edir Macedo não são cristãs e que afrontam de forma veemente tudo aquilo que os apóstolos e reformadores ensinaram. Resta-nos, portanto rogar ao Senhor que tenha misericórdia do povo brasileiro livrando-os dos enganos ensinados pela IURD”.
Sobre a função do milagre operado por Jesus, Vargens cita o contexto do Evangelho de João, onde é mencionada a transformação da água em vinho:
O milagre da transformação de água em vinho dentre tantos outros, foi feito prioritariamente pelos seguintes motivos: 1 – Manifestar a glória do Cristo, o Messias ansiado. 2 – Fazer com que os homens cressem! O milagre da transformação da água em vinho se deu com  o duplo propósito de glorificar a Cristo e pregar o evangelho da reconciliação”, explica o pastor da Igreja Cristã da Aliança.
Outro que criticou Macedo foi o pastor Márcio de Souza, que escreveu sobre o assunto em seu blog dizendo: “Macedo, creio que você não conheça o teor dessa passagem porque sua teologia não permite isso. Jesus em Caná estava em uma festa de casamento celebrando a alegria junto aos noivos sem o menor interesse em  se aproveitar deles para uma auto promoção ou coisas do tipo. Se você olhar o texto com um mínimo de atenção, perceberá que o vinho era sinônimo de alegria numa festa de casamento judaica, logo, acabando o vinho, simbolicamente acabava a alegria. Receio que você só entenderia se o texto falasse sobre o fim do dinheiro do casal e não do vinho” (fazendo referência à teologia da prosperidade pregada por Edir Macedo). Segundo Souza, o milagre do vinho simboliza a tônica do ministério de Jesus, que sempre priorizou pessoas: “Jesus, que ao contrário do que você [Edir Macedo] pensa está mais preocupado com as pessoas do que com as estruturas, providencia o milagre para que as pessoas prossigam celebrando. Veja bem, a estrutura não usa gente, mas na cultura de Jesus, gente é que usa a estrutura”.

O que posso dizer sobre o vídeo de Macedo além do exposto acima, é que, tal milagre de Jesus não somente salvou aquela festa de casamento, como também salvou literalmente outros casamentos. Conheço uma família que foi salva por meio da pregação deste texto, quando um colega meu que é pastor, pregou sobre o mesmo com a seguinte temática: “Convidando Jesus para o Casamento”. Detalhe: “esta família agora salva, estava com o casamento na falência, a beira de um triste divórcio quando Jesus outra vez aparece para intervir”. Mas, de salvação Edir Macedo e as “Igrejas” Neopentecostais não entendem nada, não é mesmo?. Inclusive, tenho um vídeo caseiro onde Edir Macedo fala abertamente numa reportagem exclusiva da Globo que o importante é arrancar dinheiro do povo não importa como se use a Bíblia para este fim. Tenho também outro vídeo sobre ele comentado por Caio Fábio, onde o mesmo falou literalmente que “pescava o povo com esterco=bosta e merda”. Preciso dizer mais alguma coisa? Sim! Esse daí nunca me enganou, mas, confesso que não pensei que fosse chegar tão longe como um descarado falso profeta. Quanto ao vídeo onde Macedo critica o milagre de Caná, segue link https://www.youtube.com/watch?v=o_GZM_ug8xk.

Fonte: extraído e adaptado de http://noticias.gospelmais.com.br/bispo-macedo-primeiro-milagre-jesus-trouxe-beneficio-53973.html

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa - AIECB).

Alerta: Cantora Gospel Aline Barros e a Heresia do Patripassianismo

Antes de tudo, quero dizer que gosto muito de música. Principalmente, de cânticos sacros. Cresci ouvindo e cantando altos louvores a Deus nas igrejas por onde passei. Conheci grandes cantores e músicos evangélicos. Ainda hoje, curto melodias gospel.
Todavia, como cristãos que somos, nosso manual de fé e prática deve ser unicamente a Bíblia Sagrada e nada mais. Sendo assim, nosso louvor e adoração devem ser regulados por ela somente. E neste quesito, temos verificado uma pobreza teológica muito grande nos atuais sucessos da música evangélica brasileira.
Existe um hino da famosa cantora e “pastora” Aline Barros, muito bonito, intitulado “Digno é o Senhor”. Porém, a letra desta canção é uma tremenda heresia. Na verdade, trata-se de uma antiga heresia conhecida por patripassianismo. Essa heresia ia diretamente de encontro com a doutrina oficial da Santíssima Trindade que definia o ser uno de Deus subsistindo em 3 pessoas distintas (Pai, Filho e Espírito Santo). Para os adeptos do patripassianismo, no ser uno de Deus havia apenas 1 pessoa que se manifestava de 3 formas diferentes. De forma que, ora esta pessoa era o Pai, e em outro momento era o Filho ou o Espírito. Sendo assim, faziam a maior confusão quanto às propriedades pessoais de cada um e de suas funções na obra de Criação e Redenção. Ao ponto de afirmarem que Deus Pai tinha morrido na cruz (uma vez que o Pai e o Filho era a mesma pessoa). Ora, no evangelho de João 3:16, lemos claramente que “Deus (o Pai) amou de tal maneira o mundo que deu Seu Filho (como sacrifício expiatório)”. No evangelho de Lucas 23:46, lemos: “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou”. Tais textos deixam claros que existe uma diferença entre a pessoa do Pai e a pessoa do Filho. Tal distinção na deidade é bastante explicita nos credos e confissões do mundo protestante ortodoxo (genuinamente evangélico). Todas as igrejas reformadas históricas como a Anglicana, Luterana, Presbiteriana, Congregacional, Batista, etc, possuem este dogma de forma definida e detalhada. Desconheço objetivamente a razão porque Aline Barros gravou tamanha heresia. Penso que por ignorância doutrinária! Segue abaixo o hino em sua versão oficial:
Graças eu te dou, Pai! Pelo preço que pagou, sacrifício de amor que me comprou, Ungido do Senhor. Pelos cravos em tuas mãos, graças eu te dou, ó meu Senhor. Lavou minha mente e coração, me deu perdão, restaurou-me a comunhão. Digno é o Senhor sobre o trono está, Soberano criador, vou sempre te adorar. Elevo minhas mãos ao Cristo que venceu. Cordeiro de Deus morreu por mim, mas ressuscitou. Digno é o Senhor”. Como se percebe, a cantora e ”pastora” não consegue distinguir entre a pessoa do Pai e a pessoa do Filho, atribuindo simultaneamente a ambos o que é próprio do Filho apenas. Ela começa agradecendo ao Pai que por ela pagou o preço do sacrifício redentor. Chama o Pai de “Ungido do Senhor” que teve suas mãos cravadas na cruz para lhe dar perdão, etc. Depois afirma que agora o Pai está sobre o trono para ser adorado como o Cristo que venceu a morte ao ressuscitar. Bem, tudo isso é patripassianismo. A experiência do calvário foi vivida pelo Filho e não pelo Pai e ambos não são a mesma pessoa (Jo 14:28). Aline Barros precisa fazer uma correção urgente na letra desta bela canção. O que é bastante simples, basta substituir a expressão “Pai” por “Jesus ou Senhor”. Sola Scriptura!!!

Obs: conheça melhor a doutrina da Trindade no credo de sua igreja.

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa - AIECB)

A Importância das Sagradas Escrituras como Regra de Fé e Prática

"Disse Jesus: Aquele que crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva - Evangelho de João 7:38".
Introdução: É triste, mas, é verdade! Alguns grupos "cristãos" não gostam da Bíblia e inclusive, não a aceitam como Regra de Fé  e Prática Cristã.
Tanto o catolicismo romano como o neo-evangelicalismo nutrem em comum, um desprezo muito grande pela Bíblia. Não a adotando como Princípio Regulador para a Vida e para a Adoração Cristã.
Quanto ao catolicismo romano isso não é de estranhar uma vez que a Igreja Católica Romana declara abertamente que não é religião de um livro e que a Tradição está inclusive acima das Sagradas Escrituras determinando assim sua validade e significado. Entretanto, no que diz respeito "as igrejas evangélicas" oriundas da Reforma Protestante, isso causa muita estranheza.
Por qual motivo alguém ou algum grupo abriria mão da Palavra de Deus escrita? Afinal de contas, que valor tem a Bíblia Sagrada? Trata-se de um mero livro religioso e ultrapassado?
Este artigo visa esclarecer pelo menos 4 pontos importantes sobre o valor inegociável da Bíblia. São eles: inspiração, revelação, preservação e suficiência da verdade divina aos homens.

1- Inspiração da Bíblia como veículo da vontade divina. De acordo com os apóstolos Paulo e Pedro as Escrituras são sagradas porque são produto da inspiração divina (2 Tm 3:16,1 e 1 Pe 1:20,21). Ou seja, segundo o ensino apostólico a Bíblia foi escrita por homens, mas, não foi escrita pela vontade humana. Deus apenas usou homens para escrevê-la. Esse processo levou cerca de 1500 anos e envolveu cerca de 40 escritores de épocas, personalidades e culturas diferentes. Todavia, a Bíblia tem uma única mensagem sem se contradizer, pois, por trás de todos eles havia uma única mente guiando, a saber, o Espírito Santo. Nenhum outro livro se compara a Bíblia. Inclusive, muitos proibiram sua leitura, tentaram destruí-la e, no entanto ela tem atravessado séculos e fronteiras mudando a vida de bilhões de pessoas no mundo inteiro. É portanto,um livro sobrenatural, divino!
2- A Bíblia como veículo da Revelação da vontade divina. Deus quis se comunicar e se revelar ao homem para que este pudesse ter diálogo com Ele. Como a Bíblia levou cerca de 1500 anos para ser escrita, aprouve a Deus, revelar sua santa, sábia e justa vontade ao homem de forma progressiva. Deus sempre optou por trabalhar paulatinamente tanto na obra da Criação como na obra da Redenção que inclui sua auto-revelação. Através da Bíblia, Deus nos revela seus atributos e desígnios. Bem como, nossa dependência e obrigação para com Ele como base para a felicidade. Sem a Bíblia, não teríamos como saber a vontade de Deus nem tampouco quem Ele é e a forma correta de nos relacionarmos com Ele. Essa revelação bíblica foi primeiramente dada aos judeus por meio do Antigo Testamento e por fim,foi dada a toda a humanidade por meio do Novo Testamento. Essas Sagradas Escrituras composta por uma biblioteca portátil de 66 livros são suficientes para conhecermos a Deus de forma que o agrade. Não é seguro ir além ou ficar aquém delas.
3- Preservação da Bíblia como veículo da vontade divina. Na medida que a Bíblia ia sendo escrita ia também sendo guardada e preservada através de cópias e originais por homens conhecidos como copistas ou escribas. Isso fez com que a revelação divina fosse preservada e passasse intacta de geração em geração. Preservação essa que torna confiável seu conteúdo o que não se pode dizer da chamada tradição oral que durante muitos séculos também teve seu importante papel. Todavia, a tradição oral como um telefone sem fio não é de inteira confiança e serviu como um apoio até que as Sagradas Escrituras se completassem. Quando o cânon bíblico do AT e NT se fechou e Deus não levantou nem mais profetas ou apóstolos para escrever sua Palavra, a tradição oral consequentemente perdeu sua função no processo da revelação divina. Por essa razão, nós cristãos reformados adotamos SOMENTE A BÍBLIA (Sola Scriptura) como nossa regra de fé e prática cristã.

4- Suficiência da Bíblia como veículo da vontade divina. Sendo assim, a Bíblia por si mesma é suficiente para a fé e prática cristã. Na verdade, nossos ancestrais da Reforma a consideravam como o Princípio Regulador. Ou seja, a Bíblia é o princípio que deve regular nossa devoção, irmandade, fraternidade, culto, pregação, família, trabalho, etc. Isto é, a vida de um cristão como um todo deve ser pautado no ensino bíblico (especialmente pelo Novo Testamento). Com quase 4 décadas de cristianismo reformado e evangélico, tenho percebido como a Bíblia simplesmente é inesgotável em seus santos e maravilhosos ensinamentos. Em cada texto há um oceano de informações que se renovam a cada dia, assim como as águas dos oceanos. Por isso, chamo a Bíblia de "Oceano do Espírito". A simplicidade e profundidade da Bíblia é algo encantador. Por exemplo: em cada texto há apenas uma interpretação ao mesmo tempo em que há várias aplicações. Não existe uma área da vida que o ensinamento bíblico não cubra direta ou indiretamente. Seja no que tange a vida diária e temporal, ou seja principalmente, no que tange aos aspectos espirituais e eternos. Nesse aspecto, a Bíblia é como uma bússola. Um verdadeiro, seguro e prático manual de vida com Deus e com os homens. Na verdade, falta-nos adjetivos para definirmos a Bíblia! Por isso, nos limitamos a defini-la como Suficiente (Sl 119:105; 2 Tm 3:16,17, ect). 
Conclusão: Diante desses fatos, não há como entender o desprezo que grupos que se intitulam cristãos como o catolicismo romano e o neo-evangelicalismo nutrem para com a Bíblia. Mas, uma coisa é certa: toda pessoa ou grupo que despreza as Sagradas Escrituras que é a única fonte da revelação divina na história da humanidade, acabam enveredando para a incredulidade e vãs superstições. O que também chamamos de apostasia ou abandono de Deus. Não há como fazermos a vontade de Deus fora ou além da Bíblia e nisso católicos romanos e muitos novos evangélicos estão incorrendo em grave erro. Portanto, urge aqui as seguintes perguntas para reflexão pessoal: a sua fé, vida, ética, moralidade, espiritualidade, devoção, e culto e evangelização são regulados pela Bíblia? Sim ou não? Fica a dica (Sl 119:11; Jo 17:17, etc)


Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa – AIECB)

O Cristo Predito e Confirmado nas Sagradas Escrituras

É fato bem claro que no Velho Testamento há muitíssimos trechos que predizem a vinda, missão e a Pessoa de Cristo, e que no Novo Testamento acha-se o cumprimento exato destes trechos. Profecia e cumprimento concordam tão perfeitamente entre si, que somente as pessoas que não queiram ver - as voluntariamente cegas - podem recusar a crença e a adoração.

Os apóstolos, falando pelo Espírito Santo, declaram categoricamente esta verdade. Pedro, na casa de Cornélio, disse a respeito de Jesus: "DEle todos os profetas dão testemunho" (Atos 10.43). Paulo, pregando na província de Acaia "com grande poder convencia publicamente os judeus, provando por meio das Escrituras que o Messias é Jesus" (Atos 18.28). Perante o rei Agripa, ao declarar que Jesus era o Messias, Paulo disse que falou "… nada senão o que os profetas e Moisés disseram haver de acontecer", e apelou ao rei, perguntando-lhe: "Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas?" (Atos 26.22.27).

Finalmente, vemos Paulo em Roma, "na sua própria residência, expondo aos judeus em testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela Lei de Moisés, como pelos profetas" (Atos 28.23).

O próprio Senhor Jesus ensinava a mesma coisa. Falando aos judeus, Ele disse: "Se de fato crêsseis em Moisés, também creríeis em Mim; porquanto ele escreveu a Meu respeito" (João 5.46). Falando aos dois discípulos no caminho de Emaús, Ele disse: "Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo o que os profetas disseram! E começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a Seu respeito constava em todas as Escrituras" (Lucas 24.25,27). Mais tarde, Ele disse a todos os apóstolos em Jerusalém: "Estas são as palavras que Eu vos falei… que importava que se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos" (Lucas 24.44).

Note que essas palavras, faladas depois da Sua ressurreição, confirmam o que Ele disse antes de morrer: "Eis que subimos para Jerusalém, e vai cumprir-se ali tudo quanto está escrito pelos profetas, no tocante ao Filho do homem". Também no princípio da agonia de Getsêmani, Ele disse: "Digo-vos que importa que se cumpra em Mim o que está escrito" (Lucas 22.37).

O profeta João Batista, encarcerado e esperando a morte, perdeu o ânimo e, no seu desespero, enviou uns amigos a Jesus, querendo saber se Este era realmente o Salvador, o Filho de Deus, ou não. A resposta de Jesus foi: "Voltem, e digam a João as coisas que vocês estão vendo que Eu faço: os cegos vêem, os paralíticos andam, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres se anuncia o Evangelho". João, ouvindo estas coisas, compreenderia que Jesus estava cumprindo as antigas profecias a respeito do Salvador prometido, e ficaria satisfeito (Lucas 7.19-22).

Do mesmo modo podemos, hoje em dia, ter certeza com respeito à Pessoa e à obra salvadora de Jesus Cristo. Já foram cumpridas as profecias do Velho Testamento com respeito à Sua humilhação antes da crucificação (Isaías 50.6), o vinagre que Lhe ofereceram (Salmo 69.21), vários detalhes da Sua crucificação (Salmo 22.12-18; 69.4,8-9,21), o Seu sepultamento com o rico (Isaías 53.9). Também a ressurreição do Senhor foi claramente predita no Velho Testamento; veja Salmo 16.9-10; Isaías 53.10-11 - como também a Sua ascensão para a glória: Salmo 68.18; 24.7-10. Finalmente, vemos, no Salmo 110.1, o Senhor assentado à destra de Deus onde Estevão também O viu (Atos 7.56).

Todas estas profecias - e muitas mais - foram dadas por Deus aos profetas do Velho Testamento, entre 400 e 1000 anos antes de Cristo vir ao mundo. Foram guardadas e conservadas cuidadosamente pelos judeus e, no Novo Testamento, as vemos cumpridas literalmente na vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo. Temos também o testemunho de milhares de pessoas que, desde o tempo de Jesus, acharam paz e sossego de coração, e poder para andarem direito neste mundo, por converterem-se a Jesus como Senhor e Salvador.


Richard Dawson Jones (1895 - 1987)

Fonte: http://www.bible-facts.info/artigos/ocristopredito.htm

terça-feira, 2 de junho de 2015

Judaísmo Messiânico: Um Grande Sinal do Fim dos Tempos

Judaísmo Messiânico é uma autodenominada ramificação religiosa judaica, que acredita na figura de Yeshua (Nome original para Jesus) como sendo o Messias esperado pela tradição profética judaica.

Origens do messianismo judaico

No Tanakh (Antiga Aliança) que ficou conhecido como "Antigo Testamento, a palavra Messias (do hebraico Mashiach) referia-se ao ungido por Deus, o rei ou governante de Israel.

Nos tempos após o exílio, o termo passou a ser usado como ha-Mashiaḥ, ou o sacerdote ungido, se referindo ao Sumo Sacerdote de Israel.

O retorno do Cativeiro, aliado a eventos históricos serviu para o aumento de um nacionalismo judaico, despertando uma esperança judaica pela reconstrução de sua nação e pelo governo de um rei levantado por Deus, que submeteria todos os povos à legislação da Torá. Esta esperança messiânica aumentou ainda mais com o Domínio Romano sobre a Judeia no 1º século. As diversas ramificações judaicas, pacíficas ou revolucionárias (como os zelotes), pretendiam obter sua independência do domínio romano, e inspirados pelo ideal da independência, acabaram por desenvolver ainda mais a crença no Messias libertador.

De acordo com a tradição cristã geralmente aceita, Jesus de Nazaré seria o Messias esperado pela tradição profética judaica (Mateus 2:1-6, Lucas 2:1-32, os dois trechos baseando-se, entre outros, no texto de Miqueias 5:2). Teria sido crucificado, ressuscitou e foi elevado aos céus (Mateus 28: 7:, Atos 2:22-34, Atos 4:10, Atos 5:30). Inicialmente, seus seguidores foram de fato judeus que não abandonaram suas tradições religiosas judaicas, mas as praticavam acrescentando-lhes a crença em Jesus como Messias (Atos 20:7-8; Atos 21:20). Estes eram chamados de nazarenos devido à cidade de origem de Jesus, ou de "cristãos", pelo público gentio.

Judaísmo Messiânico Moderno O Judaísmo Messiânico moderno ou Movimento Messiânico é um movimento recente iniciado no século 19. Estes grupos messiânicos são apoiados por várias igrejas evangélicas que atualmente tem promovido uma aceitação das tradições judaicas como o uso de músicas e orações em hebraico, adoção de festas religiosas judaicas, itens como kipá e tefilin, além de uso de nomenclatura e termos de origem judaica (como Rabino) mas negando muitas vezes outras tradições essenciais do judaísmo como a brit milá e outros mandamentos sob a visão de que estes mandamentos teriam sido abolidos por Jesus.

O governo de Israel não reconhece os assim autodenominados "judeus messiânicos" como judeus para efeitos de aliá (imigração de judeus a Israel), uma vez que a Lei do Retorno considera aptos à Aliá filhos ou netos de judeus que não sigam crenças e costumes estranhos ao judaísmo, como é o caso do cristianismo. Por este motivo, apesar de certos grupos messiânicos clamarem que Israel teria aceitado os messiânicos como judeus para efeitos de aliá, o Ministério do Interior de Israel os considera cristãos e desconsiderados como candidatos à Lei do Retorno.

Teologia A teologia judaico-messiânica estuda a divindade e as Escrituras segundo uma perspectiva judaico-messiânica. Os judeus messiânicos comumente reconhecem o Tanakh (Antiga Aliança) que ficou conhecido como "Antigo Testamento" como sendo divinamente inspirado. O teólogo David Stern, em seu "Comentário do Novo Testamento Judaico", argumenta que Shaul (conhecido como Paulo) é completamente coerente com o Judaísmo Messiânico, e que a [[Brit Chadashah)] (Nova Aliança) que ficou conhecido como "Novo Testamento" deve ser tomado pelos judeus messiânicos como sendo também a inspirada "Palavra de D'us". Entretanto, esta é apenas a principal visão dentro do movimento, pois, como em todas as religiões, há diversas correntes de pensamento.

Desta forma, no entanto, o cânon judaico-messiânico difere do cânon judaico tradicional essencialmente pela inclusão dos livros do Novo Testamento (ou conhecido como Brit Chadashá). Stern produziu recentemente uma versão Judaico-messiânica da Bíblia, chamada A Bíblia Judaica Completa.

Talmude e comentários bíblicos Algumas comunidades judaico-messiânicas consideram os comentários rabínicos, como a Mishná, no Talmude como historicamente informativos e úteis no entendimento da tradição, embora não os considerem normativos, especialmente nas questões nas quais o Talmude diverge das escrituras messiânicas.

Alguns outros grupos messiânicos, no entanto, consideram "perigosos" os comentários rabínicos do Talmude. Estes grupos defendem a ideia de que os que seguem as explicações e os comentários rabínicos e halaquicos não são crentes em Yeshua como Messias. Além disso, negam a autoridade dos Fariseus, crendo que estes foram substituídos e contraditos pelo messianismo.

Há um número grande de comentários messiânicos sobre diversos livros da Bíblia, tanto do Tanakh quanto da Brit Chadashah. David Stern publicou em volume único seu Comentário Judaico do Novo Testamento, mas ele limita-se a apenas fornecer notas explanatórias de um ponto de vista judaico, deixando de lado muitas das questões sobre a composição, história, data e contexto dos livros do Novo Testamento. Outros comentaristas notáveis do Novo Testamento são Joseph Shulam, que escreveu comentários de Atos, Romanos e Gálatas, e Tim Hegg, que escreveu sobre Romanos, Gálatas e Hebreus, e atualmente está estudando o evangelho de Mateus.

Doutrinas principais

1. D'us - Os judeus messiânicos creem no D'us do Tanakh, Adonai, e que ele é todo-poderoso, onipresente, eterno, existente à parte da criação, e infinitamente importante e benevolente. Os judeus messiânicos creem no Shemá, que significa "ouve", oração fundamental do Judaísmo, do texto de Deuteronômio 6:4 - "Ouve, ó Israel, o Eterno nosso Deus é Único Deus -, texto que mostra a unidade do D'us de Israel, sendo ele único e infinito, e unicamente soberano. Quanto ao entendimento desta unicidade, porém, os grupos messiânicos divergem. Alguns refutam a ideia de uma "Trindade", entendendo o Shemá como a declaração literal de que Deus é um, apenas, além de considerar textos do próprio Novo Testamento que eventualmente desmentem o conceito de uma entidade triúnica - portanto, relegam a Trindade a algo quase que idolátrico. Outros, porém, são abertos aos conceitos trinitarianos.

2. Yeshua como o Messias - (Yeshua) é, para os judeus messiânicos, o Messias judeu. O principal movimento messiânico crê em Yeshua como sendo "a Torá (palavra) feita carne" (referência a Yochanan/João 1:14). Quanto à divindade de Yeshua no entanto, os grupos divergem.:
Os Trinitarianos acreditam que Yeshua seja D'us e a Segunda Pessoa da Trindade
Os Dualistas acreditam que ele é D'us encarnado.
Os Unicistas acreditam que ele é uma manifestação de D'us.
Os Unitários acreditam que ele é o filho de D'us, mas não tendo divindade e sim munido de toda autoridade - mas não nunca o próprio D'us.

3. A Torá escrita - Os judeus messiânicos, com algumas poucas exceções, tomam a Torá escrita (o Pentateuco) como sendo completamente válida (ao contrário da visão cristã), e portanto creem nela como uma aliança sagrada, perpétua e insubstituível, que deve ser observada tanto moral e ritualmente por aquelas que professam fidelidade a Deus. Eles acreditam que Jesus não somente ensinou como reafirmou a Torá (como no trecho do evangelho de Mateus 5:17-20), e não que ele a revogou.

4. Israel - Creem que as tribos de Israel foram, são, e continuarão a ser o povo escolhido do Deus de Jacó. Todos os messiânicos, judeus ou não, rejeitam a chamada "teologia da substituição", a visão de que a Igreja cristã substituiu Israel na mente e nos planos de Deus.

5. A Bíblia - O Tanakh e a Brit Chadashah são geralmente considerados pelos messiânicos como as escrituras inspiradas por D'us.

6. Escatologia bíblica - A maioria dos judeus messiânicos detêm as crenças escatológicas do "fim dos tempos", da segunda vinda de Yeshua, como Mashiach ben David, o descendente do rei Davi que restituirá Israel, da reconstrução do Templo de Jerusalém, da ressurreição dos mortos para o Juízo e do Shabat milenar, o período do reinado do Messias.

7. A Torá Oral - As opiniões dos judeus messiânicos a respeito da Torá oral, codificada no Talmude, são diversas e muitas vezes conflitantes inclusive entre as congregações. Algumas delas acreditam que aderir à "Lei oral", como abrangida no Talmude, é contrário aos ensinamentos messiânicos e, portanto, completamente perigoso. Outras congregações, porém, são seletivas nas aplicações das leis talmúdicas. Outras, ainda, encorajam a uma séria observância da halachá. Contudo, virtualmente todas as congregações e sinagogas judaico-messiânicas veem as tradições orais como sendo subservientes à Torá escrita, notando que Yeshua observou algumas tradições orais (como a observância de Chanucá), e se opôs a outras.

Conclusão: Nas últimas décadas, o judaísmo messiânico, movimento de judeus que aceitaram Yeshua (Jesus) como Messias, vem crescendo de forma constante, especialmente nos Estados Unidos. A maioria deles continua mantendo as tradições do judaísmo, desagradando os judeus praticantes e muitas vezes alguns segmentos cristãos.
O trabalho evangelístico em Israel está sendo realizado através de congregações messiânicas locais. Existe lá mais de 150 congregações e calcula-se que há mais de 800 em todo o mundo, inclusive no Brasil. A maioria dos pastores dessas igrejas messiânicas em Israel contam das dificuldades que passam, mas acreditam que está acontecendo uma transformação nos dias de hoje. Aumentou o reconhecimento e aceitação dos messiânicos. Relatam ainda que tantos conflitos políticos e religiosos na região geram uma busca por respostas, que abrem portas para que a boa nova seja espalhada.

O judaísmo messiânico é a corrente judaica que mais cresce desde 1967. Calcula-se que existam mais de um milhão de judeus messiânicos atualmente. De acordo com Romanos 11, este é um grande sinal do Retorno do Messias.

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa - AIECB)

Marcas de Uma Igreja que Agrada a Deus

segunda-feira, 1 de junho de 2015

O Quê Realmente Significa Ser Reformado?

"Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais? - 1 Cor 3:4".

Tenho ouvido de vários colegas pastores "reformados", que alguém que aceita apenas os 5 pontos do calvinismo não é de fato, um verdadeiro reformado (há inclusive, quem aceite bem menos). Para estes "teólogos", ser reformado significa abraçar toda a doutrina de Calvino incluindo o batismo infantil por exemplo. Sendo assim, para ser verdadeiramente reformado, é preciso se tornar presbiteriano ou coisa semelhante.
Como leitor ávido de Calvino que sou há mais de 10 anos, faço algumas observações com todo respeito a estes colegas:
1) Ser reformado não é sinônimo de presbiterianismo ou calvinismo. Ser presbiteriano pode ser sinônimo de calvinista, porém, ser reformado significa muito mais que pertencer a uma denominação ou tradição em particular. Aliás, Calvino não foi o único reformador. Houve também Lutero, Zuinglio, Wycliffe, Tyndale, Huss, etc. Tendo cada um dos reformadores suas peculiaridades de interpretação bíblica as quais o próprio Calvino respeitava tanto nas institutas como em seus comentários. Logo, ser reformado do ponto de vista original, significa em linhas gerais, protestar biblicamente contra a Tradição católica romana e sua arrogante pretensão de ser a Igreja fundada por Cristo e seus apóstolos quando ela é apenas uma antiga vertente do cristianismo (por sinal, desviada da doutrina apostólica no Novo Testamento)
2) Calvino não escreveu as institutas para mostrar "a verdadeira" interpretação bíblica. Na introdução do Livro 1, fica claro que ele o fez, com a finalidade de EXPLICAR DE FORMA JUSTIFICÁVEL O MOVIMENTO REFORMADO. Seu objetivo era mostrar que a fé cristã reformada em geral ERA UM RESGATE DO CRISTIANISMO COM BASE NA CORRETA INTERPRETAÇÃO NÃO SOMENTE DA BÍBLIA, MAS TAMBÉM, DA PRÓPRIA TRADIÇÃO CRISTÃ CONFORME OS ESCRITOS DA PATRÍSTICA. Sendo assim, Calvino não era um simples biblista. Calvino inclusive, receava ensinar uma interpretação particular e inovadora da Bíblia. Calvino foi um estudioso não apenas da Bíblia mas também dos primórdios do cristianismo. Segundo ele, a escolástica havia sistematizado o ensino dos "Pais da Igreja" de forma equivocada para o catolicismo medieval. E o movimento reformado em suas principais variantes, tinha como objetivo corrigir as distorções da leitura bíblica feita pelos "pais" e sistematizadas pelos escolásticos como Tomás de Aquino, Pedro Abelardo entre outros.
3) Calvino tinha uma visão ampla e geral da fé e do mundo cristão levando em consideração os séculos que antecederam a própria reforma protestante e não uma visão unilateral e estreita. É exatamente esta cosmovisão que falta a muitos "calvinistas". Na verdade, muitos que se intitulam calvinistas não seguem de fato a Calvino. Pois, João Calvino não inventou o calvinismo. Calvino apenas se preocupava com o verdadeiro cristianismo e aderiu ao movimento reformado com esta finalidade em mente. Ao ponto de afirmar, que  estava disposto a atravessar os 7 oceanos para unir a cristandade. Sua postura diante do significado da Santa Ceia é um exemplo vivo dessa afirmação. Por isso, ser reformado não significa literalmente ser calvinista ou tampouco luterano. Significa apenas, ser um cristão historicamente bíblico.
4) Sugiro a releitura das Institutas onde Calvino protestava contra o catolicismo e não contra o luteranismo ou zuinglianismo, etc . Os únicos "protestantes" contra os quais Calvino protestou e repudiou foram os fanáticos anabatistas que inclusive, não adotavam o Sola Scriptura. Em sua obra prima, bem como em seus sermões e comentários, jamais desdenhou dos escritos de genuínos cristãos cujos pontos de vistas em doutrinas secundárias discordavam da sua hermenêutica e exegese. Pelo contrário, os estimava acima dos seus próprios escritos, e tinha sempre uma postura modesta com relação a sua interpretação particular, ao ponto de declarar em várias passagens bíblicas que comentava, sua ignorância quanto a determinado assunto complexo. Assim sendo, ser reformado é antes fazer frente com os que pregam as Boas Novas do Evangelho do que ostentar-se em sua própria teologia.
5) Enfim, somente partindo de uma leitura imparcial das Institutas, é que entenderemos o que de fato significa ser reformado e para que fim a Reforma deve se dirigir. E aqui se faz necessário lembrar a necessidade das igrejas reformadas independente de suas vertentes. Pois, a Reforma Protestante foi um mal necessário e inevitável. Caso os reformadores não houvessem protestado aos seus modos peculiares contra o cristianismo romanizado e paganizado, não haveriam igrejas evangélicas para congregarmos. Por essa e outras razões, todos os que concordam com os ideais da Reforma devem se unir em torno dos lemas principais que são: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fide, Solus Christus e Sole Deo Gloria. E em contrapartida abandonar todo sectarismo em torno de doutrinas as quais Calvino chamava de periféricas e que só causa divisão na Igreja Corpo de Cristo e exalta apenas a vaidade humana.
Como conclusão, posso dizer que embora particularmente, eu não aceite toda a teologia de Calvino, mesmo assim, me considero parte do cristianismo reformado juntamente com os que se denominam luteranos, anglicanos, calvinistas, presbiterianos, etc. Mas, acima de tudo, me considero um cristão historicamente bíblico assim como o era João Calvino que na minha opinião foi de fato o maior intérprete da teologia cristã na história.
Louvado seja Deus pela Reforma Protestante! Que trouxe a Bíblia para o povo de Deus, e trouxe o povo de Deus para a Bíblia através de homens santos e eruditos que tinham como alvo maior, hastear a bandeira do evangelho e não suas bandeiras em particular.  

Pr.Samuel Santos (3ª Igreja Evangélica Congregacional de João Pessoa/PB)